domingo, outubro 26, 2025

Nove de espadas

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais ou menos como este restaurante ramen onde me encontro, rodeado e observado por personagens Manga nas paredes - Naruto, San Goku, Pikachu, Sailor Moon, etc. - a minha mente por vezes também fica cercada por velhos medos que me tocam no ombro e "obrigam-me" a olhar de volta.
"Humm, belo espécimen humano, ainda estamos aqui, os teus Medinhos. Só fomos arejar um pouco, mas ainda estamos no teu espaço mental e físico. Podemos ficar aqui mais um pouco?"

E é sempre uma questão de identificação e de perspectiva, não é?* 

*Nota de rodapé a meio do texto:
O valor literário destes textos por vezes deixa a desejar, eu sei, caro leitor. Mas há textos que se qualificam acima da média da maioria dos livros que podemos encontrar nos escaparates nacionais. Não estou a ser modesto nem arrogante.
Mas, continuemos.

Tenho uma paixão (tenho várias neste momento, em boa verdade), tenho uma paixão, dizia eu, por Tarot. Utilizo amiúde o método Peladan (escritor místico francês do séc. XIX muito excêntrico mas muito bom); é uma tiragem em Cruz.

A síntese da tiragem foi o Nove de Espadas que é uma das cartas mais temidas entre os Arcanos Menores. O que representa? Aflições, medos auto-infligidos, ansiedade, falta de clareza mental. A imagem da carta representa muito bem o que me espera ao longo da semana. Ou não. Posso mudar, posso manusear a coisa a meu favor, aceitar o que está reprimido (reparem nas espadas acima da cabeça a apontarem para a mesma direcção). Posso ser muito duro comigo mesmo. É algo recorrente na minha vida. Esta auto-exigência, este tomar de consciência em excesso que não leva a lado nenhum. É transitório, mas é um acumular de muitos "transitórios". Uma espada é dura, fria, penetrante. Imaginem 9 espadas a pairar sobre vós.

As boas cartas da tirada são a Estrela e a Justiça. São sempre boas cartas e não é preciso ser um místico para tentar entender o que representam: a primeira, esperança, clareza; a segunda, equidade, discernimento. 

Pode parecer contraditório, mas a Vida é uma bela e longa caravana de paradoxos.

Lembrete: as sombras são projectadas pela Luz, mas também podem desaparecer pela Luz.   

E pelo Amor, acrescento. 

 

 

sexta-feira, outubro 24, 2025

999 apartamentos

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

O julgamento é bom quando falamos a partir do coração, 
de um lugar de Verdade e Intimidade. 

 

Tenho 999 apartamentos

dentro deste meu edifício

a que chamo Corpo. 

Todos eles

estão a latejar 

de sensualidade

de corporeidade.  

Anunciam um triunfo

da Paixão

do Vermelho

do Humano

Sou um enclave 

de fluidos

de cheiros

de desejos.

 

Se Deus

me der a bênção

poderei bem vir a ser

um Continente 

de Amor 

para todos aqueles

e aquelas

que me procuram. 


No entanto,

entre almofadas 

e lençóis vermelhos

dos quartos dos

999 apartamentos, 

serei teu

e só teu

esta noite. 

 

 

 

 

quinta-feira, outubro 23, 2025

Pensamento e emoção

 

Tenho alguma confiança com o meu corpo, com o meu physique, e possuo algum conhecimento de causa e alguma causa de conhecimento sobre o que representa o meu corpo. Pode dizer-se que tenho boas relações com ele, mesmo com aquelas partes que não gosto tanto. O meu espelho também aprecia o meu corpo ao ponto de demorar a devolver o respectivo reflexo - parece que o meu espelho deseja o meu corpo, quer ficar com ele todo para si.

Já o mesmo não posso dizer sobre a minha cabeça que é a mesma coisa que dizer sobre a minha mente. Às vezes, a minha cabeça é ingrata e esquece-se daquilo que a sustenta: o meu corpo.

Ela fecha-se em si mesma e convoca uma reunião à porta fechada com todos os pensamentos lá dentro. Por vezes, os ânimos ficam exaltados nessas reuniões intermináveis e ficam todos muito cansados, seja a cabeça, seja o corpo. Os meus olhos ficam distantes, o tom de voz enfraquece, os meus pés andam mais devagarinho. Numa derradeira tentativa, os pensamentos tentam hipnotizar-se entre si, coisa que é algo idiota e não faz muito sentido. É uma competição para ver quem o mais forte, o mais resistente, quem tem o coiso maior. Há um, no entanto, que parece ser o mais resiliente e ao mesmo tempo mais ruidoso. Quer dominar sobre os demais pensamentos, quer ter toda a atenção, há qualquer coisa de egocêntrico neste pensamento. Este pensamento não suporta esta coisa chamada emoção. É como azeite e água, não se misturam. Assim que uma emoção se liberta do corpo, este pensamento perde força e deixa de ser o CEO dos pensamentos.


quinta-feira, outubro 16, 2025

Um mestre sabe render-se por breves instantes

Tenho sempre dificuldades em enganar os meus pensamentos, porque eles são demasiado rápidos para mim. Quando estou mais cansado ou mais vulnerável como hoje, eles "apanham-me na curva" como se costuma dizer.  
Mas é mais do mesmo; na verdade, a capacidade de me surpreenderem é cada vez mais pequena, mas acabam sempre por me causar alguma frustração, alguma irritação; é como se tivesse uma velha borra emocional acomodada minha cabeça.
"A sério, camaradas?", penso. 
Às vezes, retalio, começo a cantar para mim e para eles:
"Gimme me all you got buddy, gimme your best shot, c'mon baby"
(em inglês, quase tudo soa mais "cool")

Eles, os pensamentos, entram no hall da minha mente sem pedir autorização, nem sequer limpam os sapatos no tapete de entrada, "é tudo nosso". Sacanas bastardos! No entanto, considero-me um mestre nesta arte e um mestre sabe render-se por breves instantes. 
Talvez a vitória esteja logo a virar da esquina. Talvez até não esteja. Mas eu vou estar sempre aqui para observar.

quarta-feira, outubro 15, 2025

Ego

 












Somos confrontados diariamente com a nossa carapaça mental, ou se quiserem, com o nosso Ego.

O Ego é uma estrutura psíquica que ser reguladora e ilusória ao mesmo tempo.

Pede-nos, na maioria das vezes, para interpretar um papel que parece ser fruto de uma programação obsoleta que está muito enraizada na Humanidade.

Quando estamos em processo de transformação, ora põe-nos na defensiva ou em ataque, somos acometidos por ataques de raiva ou de pânico; pode ser muito doloroso e confuso.

Planta-nos sementes, monta "ganchos" mentais que podem causar um ciclo de sofrimento, de angústia.

A história é repetida vezes sem conta, às vezes durante anos a fio.

Temos então de assinar um pacto de não-resistência. O trabalho aqui é ficarmos atentos a esta enorme e intrincada peça teatral montada pelo nosso Ego.

Se é fácil?
Não, não é.

Mas a partir do momento que começamos a observar a simulação egóica, esta começa a ser desmontada e nasce uma espécie de clarão de Fé - e atrevo-me dizer - e um clarão de Amor dentro de nós.

(Este texto não pretende ser um texto de ficção)

domingo, outubro 12, 2025

Missão: Terra

Uma Voz que me diz 

Que viemos a este mundo 

Para sentir e tocar 

Para sentir as 1001 emoções 

Para tocar e ser tocado 

Pois tudo passa pela pele


Alegria, tristeza, amor,

medo, raiva.

Uns sentem mais do que outros 

Antes de escolher a Terra

Perguntaram-me

"Tens mesmo a certeza?

Não vai ser fácil. "

E aqui estou neste turbilhão 

Nesta paz, nesta paixão,

Nesta melancolia,

Nestes humores,

Nesta Vida 

Que nos ensina tanto

Que pode magoar sim

Mas que

Tanto nos dá também.






sexta-feira, outubro 10, 2025

Noir

Ao que parece tenho dois Napoleões na família e não sabia.

Um é silencioso, astuto, estratega, acha-se muito perspicaz, ardiloso. Não falo com ele há anos, nem tampouco me apetece.

O outro tem o mesmo tamanho do Napoleão original, o corso. Tinha-o em boa conta até há bem pouco tempo, mas dados os últimos acontecimentos, revelou-se ser pior do que o primeiro: mostrou-se um verdadeiro "sacaninha" manipulador. 

Os dois irmãos Napoleões não falaram entre si durante anos a fio. A mulher que os pôs ao mundo ficou doente e foi preciso chamá-los à razão para reatarem, para começarem a falar um com o outro, para começarem a serem parte activa nos cuidados da progenitora.

Mal nós sabíamos que esta união inesperada iria causar mossa, tristeza, frustração, indignação, revolta.

E porquê? Dinheiro. Sempre o dinheiro

Mais uma vez os pormenores não interessam.

No fundo, os três, a mãe e os dois filhos, vieram a este mundo para tentar consertar a respectiva relação, para encontrar harmonia entre os três. O que eu não contava era que este "duo dinâmico" fosse a causar tantos estilhaços para este lado da família que sempre cuidou essa mulher de forma amorosa e desinteressada.

Confusos? Eu também.

Parece que às vezes estou a viver um daqueles filmes noir dos anos 50, com actores sofríveis de 2ª linha, cheio de tramas complexos e "anti-heróis". 

O que eu queria mesmo era uma bela "femme fatale" que varresse estes dois Napoleões fajutos para fora de cena outra vez.  

segunda-feira, outubro 06, 2025

Esfoliante de alma

Hoje, talvez por estar Lua Cheia - os astros são sempre excelentes bodes expiatórios para a nossa condição humana - as minhas emoções e o meus medos estão ao rubro! A minha mente está hiper-electrificada e os pensamentos vão e vêm de diversas formas.

É como se alguém lá em "cima" ou talvez "cá dentro" rodasse o botão de volume do EGO para o máximo, para o vermelho, e dissesse: "é agora ou nunca. Vamos lá lidar de vez com esses velhos medos, com estas inseguranças que sabem a mofo, com essas fragilidades". 

Poderá ser a criança interior, sim, mas sinto que é um Chamado mais forte, mais radical, para quebrar camadas que já não me servem.

Quero pensar e sobretudo sentir que é algo tão purgador, tão potente, que poderá interromper o ciclo das falsas crenças, do enorme jogo de espelhos à volta da minha mente.

É como me tivessem a esfoliar a alma para depois me besuntarem com o bálsamo mais suave do universo.

Seria tão bom se assim fosse, não?

Vamos todos pensar que sim. 

domingo, outubro 05, 2025

Corto









Numa destas noites pré lua cheia, sonhei que tinha entrado numa das histórias de Corto Maltese.

Tudo parecia irreal dentro do próprio real onírico. 

Ela estava à minha espera com um daqueles vestidos torneados, tacões altos, cabelo apanhado à concubina chinesa. 

Fumamos narguilé mas não havia ópio na sala. Vinho tinto, sim. Alguns gatos a acariciar as pernas debaixo da mesa. Também havia absinto - a fada verde - que foi ingerido pelos dois de uma forma muito pouco usual e que vou deixar à vossa imaginação. Usem-na.

Não havia nenhum mistério a resolver como nas histórias de Hugo Pratt. Esperem, vou corrigir esta última frase: o mistério foi lenta e intensamente consumado na divisão onde havia ainda luzinhas de natal a decorarem a janela. 

Quando acordei do sonho, a lua que testemunhou a cena já estava cheia e sorria trocista para mim. A doce melancolia trazida pelo luar envolveu-me e voltei a adormecer para sonhar que estava a sonhar.

sábado, outubro 04, 2025

Telhados de vidro


Uma combinação de genes e de vivências fizeram-me aquilo que sou. Não sou uma espécie rara per se, mas às vezes sinto-me como tal. No entanto, há milhões como eu por esse mundo fora. 

O meu subconsciente está separado do meu consciente racional por telhados de vidro. É isso mesmo, telhados de vidro. Acredito mesmo que possuo esta quase-exclusiva arquitectura mental. Tenho de fazer um encefalograma. O meu intelecto assiste do alto do seu camarote ao grande baile quase caótico que é o meu subconsciente. Parece uma enorme redoma transparente em que um está ciente do outro.

O nosso inconsciente (bom, pelo menos o meu) está repleto de personagens-sombra circenses que podem assumir a forma de:

- diabretes que me dizem para fazer actos inusitados como atirar uma bela garrafa Evian ao meu cliente que mudou de ideias e que quer moelas em vez de tremoços, ou - então, a minha favorita - diz-me " não tarda nada, meu caro, vais ficar louco como nós". 
"Está tudo bem", responde o intelecto.

- o meu evil twin que me diz que não sou tão gracioso e tolerante como penso que sou; 
"Está tudo bem", responde o intelecto.

- um grizzly enorme que caça salmões-emoções a torto e a direito neste meu rio interior conturbado e que quando cutucado esta fera pode ser assustadora (não tanto como gostaria); 
"Está tudo bem", responde o intelecto.

- um sussurrador traiçoeiro e oportunista que me provoca com inesperadas e enganadoras palavras-forma que me entorpecem o raciocínio e que, às vezes, me provocam medo e apreensão; 
"Está tudo bem", responde o intelecto.

- um sátiro dionisíaco que quer cobrir de forma embriagada todas as belas mulheres deste planeta;
"Está tud....espera, vamos reavaliar este tipo comme il faut", sugere o intelecto.

Sidarta Gautama - que era humano como eu e o caro leitor - atingiu o nirvana com a prática contínua de meditação, ou seja, Sidarta "extinguiu o fogo" que era sinónimo de sofrimento, de ilusão, de desejo.  Aceitou a tristeza como tristeza e aceitou a alegra como alegria, e por aí fora. Deixou de ter telhados de vidro dentro da sua cabeça, consciente e inconsciente tornaram-se num só, ficou Iluminado, e por isso, chamaram-lhe de "Buda". 

Também acho que tenho mini-Budinhas por cima ou por debaixo do meu telhado de vidro que é muito revelador, com traços muitos "jungianos". É claro que estes seres circenses que habitam no meu inconsciente causam-me ansiedade e stress, mas é o preço a pagar pela Liberdade, pelo Livre-arbítrio obtido por Adão e Eva. 

No fundo, eles estão numa missão, são agentes de mudança, de alerta, para me conciliar com o passado e para, a partir daí, descobrir e sentir Amor incondicional (e acreditar que são muito mais do que duas belas palavras).


 

 

sexta-feira, outubro 03, 2025

Mais mãe, mais filho

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando, por vezes, tens de ser progenitor da tua progenitora, algo não vai bem no reino da Dinamarca. A coragem e a paciência envolvidas nesta tarefa não são deste mundo. É subverter um pouco a ordem natural das coisas. 

Uma mulher que te pôs ao mundo deveria saber melhor. Sobre tudo. Mas nem sempre é assim. Aquela que é responsável pela tua nutrição (alimentar e afectiva) deveria ter consciência desse papel.

É claro que o Amor está sempre lá, isso nem sequer está em causa. 
Mas quando a evolução dos dois seres é feita a diferentes velocidades, com diferentes percepções, tudo fica difuso, confuso, difícil. E não, não estou a falar da diferença geracional, é mais do que isso. Mas só agora, com esta proba e virtuosa idade, tenho consciência disto.

Estala uma crise familiar, despoleta-se um gatilho, trigger, tudo vem ao de cima, tudo que é restolho, sedimento, é sacudido de forma violenta, e então estala-se o verniz entre mãe e filho. Crise, do grego "krisis" que significa separação, peneiração, juízo, sentença. 

Não interessa nada aqui os pormenores, caro leitor. Não quero escrever um romance de cordel. Também sei que sem o devido enquadramento, esta confissão poderá soar não-razoável ou até ingrata.

Somos satélites dos nossos pais até o deixarmos de o ser. Queremos tornar-nos entes autónomos por mérito próprio, mas às vezes a força gravitacional (ler "emocional") dos nossos progenitores não nos permite delinear a nossa própria órbita. Poderá haver alguma manipulação inconsciente. Gera-se angústia e um sentimento de impotência, porque desejamos consciente e inconscientemente que eles sejam os nossos cuidadores, os nossos conselheiros vitalícios. Quando os papéis se invertem - ou quando não há lucidez - algo não está bem. 

"A idade é um posto", os cabelos grisalhos/brancos conferem o privilégio de poderem dizer as coisas que querem dizer. Pelo amor da santa. Acreditam mesmo nisto?  

Por outro lado, é muito infantil acusar os nossos pais ad nauseam por aquilo que deixaram ou não deixaram de fazer. Eles deram o seu melhor que nem sempre nos parece o "melhor" aos nossos olhos. 

Voltando à "krisis" familiar: o melhor, às vezes, é exercer uma certa contemplação, a inação, uma separação temporária. Estoicismo, se quiserem. Não no sentido de abandono ou de desistência, mas mais no sentido de confiar na sabedoria da Vida. A fluência da Vida tem sempre razão. E emoção também, atrevo-me a dizer. 

 

 

 

quinta-feira, outubro 02, 2025

Agulhas

Uma recitadora de males alheios decidiu testar os meus medos mais profundos. 

Fê-lo de uma forma inconsciente, quase ingénua, e, por isso, não lhe guardo rancor.

A mulher pensava que estava a ajudar-me, mas teve o efeito contrário, deixou-me angustiado. 

Quando entrei na sala, estava "bem", a minha dor era "doce", não era amarga, mas quando sai, tropecei nos meus próprios pensamentos e quase me esbardalhava pela escada abaixo.

Esta mestra de agulhas (vou designá-la desta forma) é eficiente na parte prática/técnica, mas a narrativa deixa um pouco a desejar. É pouco ético falar sobre o estado de outros pacientes. 

O meu corpo furado pelas agulhas ficou consternado, vergado como se me tivessem acrescentado mais carga sobre as costas.

Após a dita sessão, procurei clareiras de paz, de reconciliação interior, mas a minha mente dizia-me:

"Não e não!" 

Naturalmente, vou reter uma lição muito profunda desta experiência "terapêutica". Imaginem-se velhas linhas de comboio que esperam pelo próximo comboio sob um sol inclemente e, de repente, levam em cima com intermináveis carruagens de carga que quase vomitam toneladas de carvão e ferro e que a qualquer momento podem descarrilar.

É claro que estou a exagerar. Bom..., ou talvez não.

Somos todos pontos de contacto, somos todos espelhos uns dos outros. 

Moral da história (de alguém que é avesso a "morais da história"):

Se sentirem alguma fragilidade ou vulnerabilidade por parte do outro, escolham bem as palavras e não as sacudam sobre essa pessoa como se fosse algo inútil e descartável.

Ok?
Ok.