segunda-feira, março 30, 2015

Novo haiku da mudança da hora


Com esta coisa de
adiantar a hora,
às nove oito ainda é dia.

sábado, março 28, 2015

sexta-feira, março 27, 2015


quarta-feira, março 25, 2015

Ainda o poeta

Ainda tenho alguma esperança que encontrem a caixa negra do H.H. para tornarem públicas as "causas da sua morte", seja feita a vontade da alguma comunicação social que o descobriu ontem. Aquela sua poesia que manda logo para as ligas distritais qualquer poesia que se fez na "segunda metade do séc. XX" - havia necessidade para este tipo de comentários nesta hora? Sim, há, poupar-se-ia muito tempo e muito papel.
Estou a ser injusto. Excepção para o Cesariny que também era bom com as duas mãos. É claro que depois tenho as minhas simpatias (sem qualquer tipo de condescendência, como se eles precisassem): António Osório, Ana Paula Inácio, Adília Lopes*.


*Sim, começam todos pela letra "A", é o meu critério infalível para estas cenas.

terça-feira, março 24, 2015

Herberto Helder

terça-feira, março 17, 2015

Palavra d'honra

Bati-me ontem em duelo e venci, a minha honra foi reposta. Arma escolhida: florete. Sofri apenas um ligeiro corte na perna, uma tentativa trapalhona de um golpe de Jarnac por parte do meu adversário, o Barão do Chão Vermelho. O motivo? Não posso dizer porque já me esqueci, o meu adversário deve ter golpeado a minha cabeça sem que eu desse conta; para piorar ainda mais as coisas, amanhã tenho de comparecer numa comissão de inquérito qualquer. Que maçada, o que é que vou para lá fazer se não me lembro de nada? Como se não bastasse, um dos membros da comissão foi minha testemunha no duelo, porque é que ele requereu a audição? Mas que maçada, que maçada.

quinta-feira, março 12, 2015

Alcaparras

Não consigo livrar-me
do hálito
a alcaparras.

Há uma semana
que falo com este
fedor verde,
a minha boca é um walker.

A minha mulher
faz cara feia
e vira a cara pró lado
quando a vou beijar,
deveria ser "na saúde,
na doença,
na pestilência,
etc.".

Já bochechei hextril
umas quarenta vezes,
bebi limonada com
água salgada,
fui à Santa Rita
a pé e nada,
nada resulta.

Esta merda é o que dá
armar-me em
masterchef.

quarta-feira, março 11, 2015

Prejuízo literário

Tento interiorizar que cada dia que passo sem escrever 300 palavras, perco quase 3000€ diários como aquele totalista do Euromilhões que ainda não reclamou o prémio. 30 mil. 300 mil. Por aí fora.

A situação política no Uzbequistão

À falta de melhor, tenho acompanhado os últimos desenvolvimentos políticos no Uzbequistão e não consigo deixar de associá-los a contínuas jogadas de Batalha Naval. Senão vejamos: o ex-PM encontra-se em "prisão preventiva" há quase meio ano; foi um porta-aviões que embora já tenha ido ao fundo há algum tempo, ainda consegue enviar mísseis/missivas do fundo do mar (não, não é um submarino, esse é representado pelo RP do Governo, é um caso de estudo de resiliência e sagacidade política). O actual PM é outro porta-aviões que se mantém à tona a todo o custo; se sofrer mais um tiro, é provável que vá ao fundo. A ministra das Finanças é uma bela fragata com uma pesada divida pública no bojo (não pode largá-la em alto-mar) que se farta de navegar por misteriosos mares interiores. O PR é um navio-almirante que conta já com inúmeras comissões no currículo, mas que agora parece navegar ao sabor das ondas. A sua manutenção sai cara. Precisa de reforma. Não consigo definir o actual líder da oposição; actuou com alguma eficácia como contra-torpedeiro no passado, foi concebido para escoltar o porta-aviões naufragado, mas pergunto-me se possui autonomia e capacidade suficientes para enfrentar os mares revoltosos do Uzbequistão.

segunda-feira, março 02, 2015

O sonho



Vou contar-vos o sonho que tive esta noite. 
Ia com a minha mãe numa daquelas velhas camionetas dos Carvalhos, da UTC, daquelas que estão a cair de podres e que encharcam o ar de fumo preto, íamos já a meio da viagem, quando resolvi confirmar com o motorista que era russo se a camioneta ia mesmo para Ecaterimburgo; ele disse que não, que só ia até Perm. A minha mãe começou a mandar vir comigo, "estás a ver, estás a ver, o que é que eu te disse? Tu nunca me ouves", começou a esbracejar a dizer que queria sair, ela bem me tinha avisado que tínhamos entrado na camioneta errada. O motorista travou a fundo, um grupo de hospedeiras de bordo que ia lá trás foi projectado para a frente, era cada uma melhor do que a outra, metiam todas a Irina, a ex do R7, no bolso, as lindas hospedeiras ficaram prensadas no vidro da frente e começaram a disparar insultos para o motorista. A minha mãe e eu estávamos mesmo atrás do lugar do motorista que se virou e olhou para os meus pulsos; muito calmamente, desapertou a bracelete do meu Rolex, enfiou-o no bolso, voltou-se e piscou-me o olho pelo retrovisor. Arrancamos. Olhei lá para fora, árvores e mais árvores que aborreciam de morte a paisagem. A minha mãe já dormia com a boca aberta, acabei por adormecer também.
Alguém me puxava pelo braço e dava tabefes meigos para me acordar. Olhei atarantado para o lado. Em vez da minha mãe, vi a minha mulher a sorrir para mim, estávamos outra vez parados. A camioneta estava vazia. O motorista russo estava lá fora a ver a pressão do pneu careca com a bota texana. À nossa frente, uma placa branca dizia "Serzedo".

domingo, março 01, 2015

Yaşar Kemal