quarta-feira, agosto 29, 2018

Paciência

O ideal seria isto:
os meus pensamentos têm sempre via verde. Todos eles. Os legais e os ilegais. Não há controlo alfandegário. Não há muros de Berlim, texmex, etc. Olho para eles, aceno, sorrio se estiver bem disposto, etc. Porque se reagir ao seu tráfego, eles criam laços, há uma identificação e eles encostam-se a mim, à minha permeabilidade e não avançam. Ficam para jantar.
Mesmo aqueles que querem voltar para trás, vindos não sei de onde, porque simplesmente gostaram da decoração, do recheio da minha linda cabeça. Não, meus amigos, têm se seguir caminho. Acabaram-se os caramelos, as caracoletas.

Paciência. Sim, muita paciência.

quinta-feira, agosto 23, 2018

O Tao Torturado de Tom Ford

Estava aqui a pensar. O que é que o Tom Ford não sabe fazer?


So who is the real Tom Ford? He's a modernist who speaks with nostalgia about the past. A radical who considers himself old-fashioned ("Loyalty is very important to me"). An insomniac who drinks multiple cups of coffee a day ("I completely rely on sleeping pills and tranquilizers to go to sleep"). A recovering alcoholic who sees a therapist once a week ("It used to be two or three times a week"). And an A-lister who critiques the very lifestyle that has made him rich (though never the people who live it, paying $200 for his sunglasses or $3,000-plus for his suits).

terça-feira, agosto 21, 2018

quarta-feira, agosto 08, 2018

Santo Inácio de Loyola

domingo, agosto 05, 2018

Três rapidinhas


1. A canícula impede-me de escrever coisas interessantes. Sou muito sensível ao calor térmico. Quase, quase que ia escrever "calor humano" mas o meu poderoso gene dostoevskiano filtrou tal coisa.
O suor generoso escorre-me de forma ininterrupta pelos braços e nascem-me membranas interdigitais feitas de suor seco. Sou um pato-homem. Tenho muita, mas mesmo muita dificuldade em escrever. Esperem aí. Um pato não, um cisne porque sou um gajo bonito. Estou a fazer este post com a ponta do meu bico-nariz. Obrigado Gogol.


2. A minha mente fervilha de obscenidades. A irmã da minha sogra é freira e anula de uma forma muito dócil, muito subtil os pensamentos daninhos. A sua candura ataca e cauteriza os meus delírios persecutórios. É uma curadora. A senhora veio passar uns dias cá a casa. Sinto-me de certa forma alivado e nem sequer me toquei ou fui tocado. Tenho um farol de Luz debaixo do meu tecto. Não, não estou a brincar.


3. Acredito piamente (tem de ser sempre piamente, senão o verbo acreditar perde força) no Karma e na Roda de Samsara. Para obter redenção,  tenho de perdoar. Custa para carago. Uma travessia no deserto. Falsos oásis, tenho de continuar. Dois anos disto. Basicamente, tenho de perdoar o mal que fiz noutras vidas e perdoar o que essa malta me está a fazer (só para terem uma ideia, não sei o que os obsessores fizeram ao meu corta-unhas e nunca tenho papel higiénico disponível quando faço o que ninguém pode fazer por mim). Sobretudo, tenho de me perdoar a mim mesmo. Vejo daqui os vossos esgares e sorrisos trocistas. Mas sei que há uma pequena parte que se sente solidária comigo porque já passou pelo mesmo. Freud, às vezes, não explica.