quinta-feira, agosto 28, 2014

Cláusulas

  • O nosso corpo é como uma ampulheta. Temos de fazer o pino de vez em quando para que as ideias acumuladas nos pés regressem à cabeça.
     
  • O Rei Ubu nasceu quando a mãe de A. Jarry lhe pediu para ir colher mirtilos ao bosque e ele chegou a casa com o cesto cheio de tâmaras. Em França não ha tamareiras.
     
  • A minha mulher gosta que eu durma com mitenes. Diz ela que lhe faz lembrar a sua ama quando a embalava.
     
  • Na minha aldeia usam cascas de caracóis em vez de telhas e as pessoas têm os olhos muito salientes.
     
  • O nosso primeiro faz lipoaspiração e doa a massa adiposa a fábricas de sabonetes. O povo deveria queixar-se menos.
     
  • O serviço de apoio ao cliente da Igreja deixa muito a desejar.
     
  • O meu segredo com as mulheres é este: um pouco de água salgada no pulso esquerdo e um pouco de água com açúcar no pulso direito.
     
  • Os miúdos da catequese adoram o novo padre. Em vez do fazer o sinal de cruz, ele passa a missa a desliza o anelar no ar como se estivesse a usar um smartphone.
     
  • Uma vez vi dois homens abraçados na Ponta de Sagres. Foi numa excursão da escola; era pequeno na altura, mas tenho a vaga ideia que um chamava-se Infante e o outro Henrique.
     
  • As pessoas cospem para o chão para que nasçam cuspideiras. A madeira é boa para fazer consolas e aparadores. A polpa do fruto é usada por uma conhecida marca de sumos.
     
  • Os homens-bomba auferem de bons salários. Mas se não forem pontuais, o empregador pode recusar a prestação do dia de trabalho e, se for prática recorrente, podem ser despedidos por justa causa.
  • Enquanto estofador, tenho um ódio de estimação: Soeiro Pereira Gomes.
     
  • Gosto de fazer pequenas bolinhas com o cotão que tiro do meu rego. Depois atiro aos pardais que usam-no para fazer os ninhos. Faço parte do ecossistema.
     
  • Ao contrário do que se diz por aí, Mishima nunca pôs os pés em Andorra.
  • Perdi a cabeça quando me apaixonei pela quarta vez. Nunca mais voltei a encontrá-la.
  • Quando chega o fim do mês, tenho sempre a sensação que vários príncipes e princesas vivem à minha custa.
  • O meu gato está tão grande, tão grande, que pega com os dentes pelo meu cachaço para me dar comida. 
  • A democracia em Portugal é mágica. Coelhos que saem da cartola e portas que andam por esse mundo fora.

  • Tenho amigos que cheiram a estábulos e já não é de agora.

quarta-feira, agosto 13, 2014

terça-feira, agosto 12, 2014

Rev. Alban Butler



















 

"Quando estava sozinho, ele lia; quando estava com alguém, ele lia; às refeições, ele lia; nas suas caminhadas, ele lia; quando ia numa carruagem, ele lia; quando andava a cavalo, ele lia; fosse o que fosse, ele lia."
Charles Butler (sobrinho de Alban Butler)