quinta-feira, junho 28, 2018


Efeito Dunning-Kruger

Se me permitem, vou agora colocar a minha capa de super-herói e combater esta gente que procria como coelhos. Nos trabalhos, nas repartições, nas paragens do autocarro, na fila para o pão.

"O que é aquilo no céu? É uma pássara, um avião?"
"Não! É o Super-Consciente".
"..."
"..."
"Mais um. Tem a mania."

quinta-feira, junho 21, 2018


O que aconteceria se o Dee Dee Ramone encontrasse o Lao-Tse?
Quem iluminaria quem? Quem apagaria quem? Qual é o nível de consciência de cada um?
"Pet Cemetery" foi escrito por Dee Dee Ramone na cave do Stephen King em apenas uma hora. Uma hora!

Só estou a dizer, passo o americanismo.

quarta-feira, junho 20, 2018

segunda-feira, junho 18, 2018

Oh sim, a minha mente é a de um macaco, sempre a saltar de ramo em ramo, a trepar novas e velhas árvores. E ao dizer a minha mente, no fundo quero dizer a vossa mente. Somos todos filhos da mãe, da mesma mãe que viveu há milhões de anos. Ou seja, incestamos todos os dias.
Quero descer da árvore e sentar-me como o Sidarta e observar tudo pela primeira vez. Como um gato.
Alguém disse que todos os gatos são mestres zen.

segunda-feira, junho 11, 2018

Um bom nome para uma oficina

"Auto Sabotagem"

C/ check-up gratuito.
Georgia O’Keeffe

quarta-feira, junho 06, 2018

A mosca


Na minha segunda visita à ala psiquiátrica, reparei num novo paciente que foi colocado em reclusão. Aparentemente, o homem demonstrara comportamentos profusamente psicóticos após a sua admissão e encontrava-se num estado mental bastante desorganizado, desordenado.

Quando me aproximei do quarto, a primeira coisa que notei foram os seus olhos. Estavam vidrados, tinha dificuldade em fixar o olhar e acompanhar objectos em movimento lento. Usava um chapéu de papel que tinha feito a partir de um jornal e segurava um pedaço de papel com a mão esquerda. Estava alheio à minha presença, embora estivesse a poucos metros dele e o quarto tivesse uma grande janela de vidro.

Quando recuei alguns metros e comecei a concentrar-me no espaço à volta, reparei naquilo que pareciam ser manchas incomuns de cor castanha espalhadas pela parede branca atrás dele e no chão.
Comecei a examinar o quarto. Não demorou muito até perceber que as manchas castanhas nas paredes e no chão eram as suas fezes. Com base nos padrões na parede (splash art) parecia que estava a atirá-las pelo quarto e na sua cama. Todo o quarto estava cheio de fezes e o paciente brincava com o chapéu de papel e com a revista.

O paciente não parecia muito incomodado. Na verdade, não estava presente. Estava ostensivamente psicótico e de acordo com aquilo que via, o indivíduo não sabia onde estava nem o que estava a fazer.

Virei-me e olhei para a equipa de enfermagem no aquário (uma sala de vidro no meio da enfermaria onde os funcionários observavam os pacientes e faziam o seu trabalho). Pareciam concentrados no seu trabalho e a cena que acabara de testemunhar parecia ser uma novidade para eles. O pessoal de limpeza estava a caminho.

Fiquei algo desencantada e vi-me forçada a voar dali para fora para encontrar alimento noutro espaço daquela unidade. Como é aquele ditado? Quando a esmola é grande...



sexta-feira, junho 01, 2018