segunda-feira, setembro 12, 2005
Béla Bartók
Alfred Sisley
- Pára! Pisaste na minha poça! Tens de pagar o tributo.
Olhei em meu redor. Não vi ninguém. No entanto, a voz parecia vir de perto.
- Estou aqui, grandalhão. Aqui em baixo. Vais ter de me pagar tal como os outros!
Olhei para baixo e vi um sapo do tamanho da minha mão a falar para mim.
- Como te chamas? Não reparei na poça.
- Chamo-me Béla Bartók, coaxou. Todos sabem que as poças deste parque são minhas e toda a gente deve pagar-me a taxa para pisar nesta poça e noutras quantas.
Não respondi. Creio que ficámos cerca de cinco minutos a olhar um para o outro, sem dizer uma palavra.
- Toma. Tens troco?
- Não, mas fica assim: desconto-te da próxima vez que meteres a pata na poça.
- Ok, obrigado.
- Adeus.