domingo, julho 29, 2007

Gabrielle d'Annunzio


Arthur Dove

Em 1898, Vitoria Bini, filha mais nova de um velho casal de condição humilde, encontrou uma pequena peça de tapeçaria enquanto brincava numa solitária praia da região de
Abruzzo. Apesar do mau estado de conservação do tecido, a menina identificou de imediato o cocuruto de Gabrielle d'Annunzio. A peça remonta ao séc. II a.c. e tudo indica que três mastins negros tentaram dilacerá-la para evitar o advento do nacionalismo italiano nos anos 20. D'Annunzio emerge do mar em pose messiânica e aponta com os indicadores para os dois pedaços de terra separados pela água. O(a) autor(a) emprega habilmente o sfumato (técnica normalmente associada à pintura), tirando partido das características do tecido. Em último plano, são ainda representados negros que dançam na terra queimada por um sol carmim, de dimensões desproporcionadas, enquanto que, na margem esquerda, figuram vários artíficies que sustentam uma enorme e intrigante ratazana cinzenta que parece estar a saudar o poeta.