Um título como este pode ser tremendamente auspicioso e despertar a curiosidade de alguns que querem cair no engodo de uma boa história. Por outro lado, também pode defraudar as expectativas desses corajosos à medida que vão progredindo (ou recuando, se a história valer realmente a pena) na sua leitura. O tombo para o autor será então maior. Declino já essa responsabilidade e desengano o leitor nesta rampa de lançamento onde quase tudo se decide. Não estou à altura (ou profundidade) de um título tão promissor. O público dispersa-se agora, restando apenas alguns resistentes conhecidos que cruzam os braços e que, à falta de melhor, resolvem ficar. Mas as coisas são como são e, como de outro modo não podem ser, devemos apreciá-las tal como nos são oferecidas:
o realizador Guido Anselmi acreditava que, após a sua morte, iria encarnar numa mulher de barriga de aluguer. Resolveu aprender tudo o que havia para aprender sobre mulheres e maternidade, e abandonou temporariamente os filmes. Apercebeu-se depois que estava enganado e que o seu inconsciente estava a dizer-lhe que deveria deixar italianíssimos descendentes neste mundo. Deixou de vez a sétima arte e, ao som de Verdi, fez furiosamente filhos até morrer, e agora toda a Itália está-lhe grata por isso. Vamos todos acreditar que foi exactamente isso o que aconteceu e afastar a ideia repleta de fel de que a musa apresentara a carta de demissão e que Guido já não poderia mais encenar paraísos e infernos como Dante(s).