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Hieronymus Bosch
Eu sou aquilo que falta
ao mundo em que vivo,
aquele que entre todos
jamais encontrarei.
Rodando sobre mim mesmo agora coincido
com o que me foi tirado.
Eu sou o meu eclipse
a revelia, o desconsolo
o objecto geométrico
a que para sempre deverei renunciar.
Valerio Magrelli, "A Espinha do P"
Trad. colectiva (Mateus, 1992)
Quetzal Editores