E se tudo isto não passar de uma grande alucinação à escala mundial?
O primeiro a morrer, o designado "paciente 0", não morreu da doença. Morreu de causas naturais. Morreu porque Deus ou ele próprio achou que era chegado o tempo para morrer.
E se a pandemia estiver apenas nas nossas cabeças? O paciente 0 deu o mote. Uns querem imitá-lo, apropriam-se de uma doença que não existe (uma espécie de placebo ao contrário), os mais tristes escolhem morrer, os mais velhos encontram o verdadeiro motivo. É realizada a grande dramatização, colocamos máscaras, desinfectamo-nos até ficarmos translúcidos, vamos acabar por desaparecer.
Recolhemo-nos nos nossos casulos por várias semanas para desesperar, para romper, para reflectir, para ressuscitar.
Os mais pequenos não entendem muito bem o que estamos a fazer. A sua inocência protege-os da paranóia generalizada ou, se quiserem, da grande imposturice.
Talvez seja o Inconsciente Colectivo a dizer que as coisas como estão não podem continuar, a velha ordem têm que acabar de vez, há que acelerar o processo para a mudança. Morte, ressurreição, vida, e por aí fora.
"Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de construir. Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar; tempo de chorar e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de afastar."
Eclesiastes 3:1-17