segunda-feira, fevereiro 25, 2019

A noite escura - apontamento 34



Quando despedimos o Ego e sus muchachos (ilusões, fantasmas, pensamentos, crenças, fantasias, dúvidas, etc.), eles estrebucham um pouco, fazem um pequeno escândalo, mas lá se vão embora. Fazemos isto centenas, milhares de vezes.

No entanto, eles acabam por voltar no dia seguinte para nova inserção no mercado de trabalho da Mente. Tensão, nervosismo, ansiedade, bzzzz, mau ambiente na sala. Só que, desta vez, o senhor Ego está ligeiramente mais débil por tentar demasiadas vezes assumir o controlo das operações; a verdade é que já não temos muita paciência para as suas veleidades e flutuações de humor. O grande mentiroso é exposto.

Vamos deixá-lo sentar-se naquela cadeirinha de vime, o senhor Ego está a falar sozinho novamente, não tarda nada está a ressonar.

Ou então, talvez...talvez, vamos dar-lhe toda a nossa atenção. Vamos sentarmo-nos à sua frente e escutar o que tem para dizer, sem meias doses, sem desvios, sem contemplações, por mais aterrador que isto possa parecer.

"Ok, dá o teu melhor, diz o que tens a dizer, estou aqui para ti."

 O melodrama do nosso relacionamento com o Ego poderá transformar-se numa comédia.

sexta-feira, fevereiro 22, 2019

A arte enquanto salva-vidas. Bill Murray raramente desilude.

E o quadro é este.

quinta-feira, fevereiro 07, 2019

Vídeos pedidos

Para a P.


terça-feira, fevereiro 05, 2019































Tratem-me por Ismael. Há alguns anos – não interessa quando – achando-me com pouco ou nenhum dinheiro na carteira e, sem qualquer interesse particular que me prendesse à terra firme, apeteceu-me voltar a  navegar e tornar a ver o mundo das águas. É uma maneira que eu tenho de  afugentar o tédio e de normalizar a circulação. Sempre que sinto um sabor a fel na boca; sempre que a minha alma se transforma num Novembro brumoso e húmido; sempre que dou por mim a parar diante de agências funerárias e a marchar na esteira dos funerais que cruzam o meu caminho; e, principalmente, quando a neurastia se apodera de mim de tal modo que preciso de todo o meu bom senso para não começar a arrancar os chapéus de todos os transeuntes que encontro na rua – percebo então que chegou a  altura de voltar para o mar, tão cedo quanto possível.(...)

"Moby Dick", Herman Melville