terça-feira, outubro 31, 2017

O verdadeiro significado do chi



00:16 "It's mind over matter"
00:18 "Really?"
00:19 "I would doubt it strongly"
00:20 "Ten quid"
00:21 "Don't doubt my chi"
00:22 "Twenty quid"
00:24 "Don't doubt my chi"
00:25 "Twenty quid"
00:26 "Gotta get it (something) not
00:28 "It's not a matter, it's no matter"
00:29 "Fifty"
00:30 "Of money"
00:32 "It's your personal business, but...
00:33 "See, if I'd have been no listening to you and listening to my chi that would mean (something)
00:38 "Push comes to shove, one hundred pounds."
00:39 "Listen to me Andy, one hundred quid"
00:42 "You've gotta prove your chi
00:46 "One hundred quid"
00:47 "You're bringing money into the matter"
00:48 "I'm no been a man to turn down a bet"
00:50 "No way"
00:52 "Is that a deal?"
00:52 "Shake on it"
00:53 "One hundred quid"
00:55 "Yours for the taken or is it?"
00:58 "Deal"
00:59 "Go on"
00:59 "Are you sure?"
01:00 "Aye"
01:02 "Not a chance"
01:03 "Easy money"
01:04 "There's no way he's gonna make it into 12.
Agora algo muito pouco literário. Duas coisinhas que trago aqui entaladas na garganta. Aliás, três:

1. O Billy Corgan (vox dos Smashing P.) é o Charlie Brown versão adulta.

2. Os pirómanos deveriam ser reinseridos e formados para queimar má literatura, maus livros. "Fahrenheit 451" personalizado e adaptado à tragédia portuguesa. 
Mas quem iria decidir se um livro é bom ou mau? Eu. Com a ajuda de uns amigos conselheiros.

3. Já não me lembro. Mas era muito, muito boa. Acontece-me isto constantemente. Preciso de magnésio e omega 3. 



sexta-feira, outubro 27, 2017

O Meu Mercado da Beira-Rio



Lá consegui pegar no sono, mas acordei pouco depois estendido em pleno mercado da Beira-Rio ao qual toda a gente chama de Praça, despertei com a algazarra habitual dos sábados de manhã. A Praça estava apinhada, procurei pela minha avó, sentia-me ainda meio atarantado com os restos de sono na minha cabeça. A minha avó conhece toda a gente. Desde o Bernardino da Padaria, o senhor Aguiar do Talho, ao senhor Silvino e à Mariazinha dos Frangos, dá-se com todas lavradeiras que vêm dos confins de Gaia que para mim era a mesma coisa que Trás-os-Montes, fala com todas elas. As mais velhas falam até acabar o ar nos tubos, às vezes falam de sítios e de épocas que me são estranhos. Tive de esfregar bem os olhos para acordar, apesar da confusão e do barulho.

Na parte do mercado onde estavam alinhadas as vendedoras de galinhas e de pintainhos, vi uma galinha enorme, com um peito enorme que tapava quase todo o avental que trazia à cintura e, à sua frente, havia uma gaiola com meia dúzia de mulheres anãs. Estas mulheres anãs tinham os pés descalços, vestiam uma roupa muito colorida e não pareciam estar muito incomodadas por estarem engaioladas. O mercado tinha sempre mais mulheres do que homens. As mulheres estavam divididas em dois grupos: as que tinham um corpo em pirâmide e as que tinham o corpo em pirâmide invertida. As mulheres-pirâmide tinham pernas muito gordas (algumas até tinham os tornozelos gordos como se as peles e a gordura das pernas tivessem caído de uma vez só) e as mulheres-pirâmide invertida tinham o peito muito, muito grande e roçavam-se sempre nas outras pessoas quando conversavam, parecia que traziam uma varanda debaixo do pescoço, com dois vasos redondos enormes. Andavam sempre tarefadas, essas mulheres tropeçavam em mim e quase que me calcavam para depois me deitarem um olhar de poucos amigos. Levantei-me. Dei duas voltas à Praça para tentar encontrar a minha avó. Percorri toda a rua de trás, a rua das Alminhas, que estava também cheia de gente. Estavam a descarregar sacos de batatas de pequenos camiões encavalitados uns em cima dos outros, do céu choviam pés de alface, tronchudas, agriões, nabos, nabiças, cenouras, pimentos de todas as cores, réstias de cebolas, tomates, fruta de todo o tipo, etc., etc., todos falavam ao mesmo tempo e todos se entendiam, quando alguém não entendia o que o outro lhe estava a dizer, essa pessoa berrava um palavrão e aí o outro já entendia. Fiquei um pouco tonto com tudo aquilo, ainda era muito cedo e eu estava em jejum, procurei por moedas nos bolsos, ainda tinha algumas embrulhadas em cotão do troco do dinheiro dos maços de tabaco para o meu pai.


Tornei a meter-me pela "rua de trás" quando senti uma espécie de um "cachaço" muito leve, muito meigo, como se me estivessem a fazer festas na nuca. Virei-me e a vinte metros de mim reparei numa menina muito bonita dentro de uma furgoneta a cair de podre. Deveria ser filha de um dos vendedores e estava a olhar fixamente para mim. A menina fez-me sinal com o dedo para eu me aproximar e depois apontou com o mesmo dedito para a minha avó que estava no talho do senhor Aguiar. Como é que ela conhecia a minha avó? Não me lembro de ter visto esta miúda antes e vou à Praça com a minha avó quase todos os sábados. Deslizei pelas folhas de couve e de alface esmagadas no chão até chegar ao talho. Mais uma vez, a minha avó e o senhor Aguiar do Talho estavam a falar de coisas muito antigas, da primeira grande guerra, da fome, da miséria, etc. e quando apareci por entre as fitas coloridas da soleira, a minha avó fartou-se de me insultar. Levei uma descompostura daquelas à frente do senhor Aguiar que não parava de cortar ossos. Atrás dele, havia um quadro dos Alpes com uma vaca deitada num enorme prado verde a olhar para nós. Já era quase meio-dia e a minha avó estava cansada de acartar com as sacas das compras de um lado para o outro. Ainda tentei arranjar desculpas, “Mas óh bó, mas óh bó”, mas a minha avó lançou aquele seu olhar de morte que me trespassou a cabeça e eu calei-me logo. Não posso ser pardal quando a minha avó se zanga, ela podia matar-me só com os olhos que parecem estar sempre a desembaracem-se dos nós feitos pelas muitas rugas que ela tem nas covas dos olhos. O Manel desatou logo às gargalhadas. O Manel é filho do senhor Aguiar e seu ajudante. Eu gosto do Manel, anda sempre com a barba por fazer e é daquelas pessoas que estão sempre a sorrir. Traz a bata toda ensanguentada, cheia de medalhas de sangue, nunca vi aquela bata limpa, isto só pode querer dizer que ele adora o seu trabalho. O senhor Aguiar pediu-lhe para ir buscar carne do vazio. Ele abriu a porta da enorme e antiga câmara frigorífica, imaginem uma roulotte sem janelas e sem rodas metida num talho, vestiu um kispo, entrou e fechou a porta grossa atrás de si. Quando eu e a minha avó nos despedimos do senhor Aguiar, o Manel ainda não tinha saído. Saimos sem a carne do vazio. Ele é como eu, adora o frio, um dos meus sonhos é ir à Lapónia ou ao Pólo Norte. Eu acho que a câmara frigorífica tem um acesso secreto a um longo túnel que vai dar ao fundo do oceano e que depois sobe até ao Pólo Norte onde o Manel anda à caça de focas. Talvez seja por isso que o Manel demora tanto tempo a sair da câmara. Talvez seja por isso que os dois, o Manel e o pai, chamam-na de carne do vazio, porque o Pólo Norte é um imenso vazio branco.

terça-feira, outubro 24, 2017

Adoro a Alison

Período





















Às vezes, sinto que o meu período está em consonância com o período de algumas mulheres.
Dou por mim a acabar as frases delas e vice-versa.
Também pode acontecer com alguns homens de signos de Água, mas é mais comum acontecer-me com senhoras. A única condição para os cavalheiros é que têm de estar (ou estiveram) todos torrados da cabeça.

E sim, até prova em contrário, sou um soberbo representante dos cromos XY.


domingo, outubro 22, 2017


quinta-feira, outubro 19, 2017

Máfia

A nossa mente é a nossa Máfia. Ninguém fique impune no primeiro ataque. Pânico total. Os joelhos transformam-se em água. A alma sai do corpo.
Mas depois esses ataques deixam de nos impressionar e constatamos que a terrível Máfia não passa de um bando de rapazinhos traquinas.
"Schiu, vão brincar para outro lado."

quarta-feira, outubro 18, 2017

O que dizem os teus olhos














- O que dizem os seus olhos?
- Os três?
- ....Não vale a pena ser malcriado.
- Estava a referir-me ao 3º olho, ao chacra 6.
- Ah perdão. E o que dizem então?
- Os três?
- Sim.
- Dizem que isto é uma treta. Estou a apanhar uma seca saariana.

- O senhor é estranho. E malcriado.
- E o senhor é feio e incompetente. E não precisei do 3º olho para dizer isto.

(este foi o diálogo que a minha mente encenou enquanto esperava pela minha vez na Repartição de Finanças. Há ainda alguns inuendos com a quarentona do balcão 11, mas não vale a pena falarmos disso. Envolve cordas e mitenes de napa monoluvas de napa vermelhas. Bom, apesar de espera, foi uma boa manhã).

terça-feira, outubro 17, 2017

Adoro o John

Versalhes de dor


Quando um pensamento parasita invade a nossa mente e acolhémo-lo como se fosse uma membro da Realeza, isto é, estendemos um tapete vermelho, fazemos vénias até ficarmos curvados ao nível do chão (sem darmos conta), etc, esse bastardo real tende a ficar, porque gosta de ser mimado e deslumbrado pelos motivos mais ilusórios e mais errados. O pensamento não tem de fazer nada, basta adorá-lo como se fosse o Menino. E depois traz consigo uma corte de pensamentos parasitas como ele. Uma Versalhes de dor e sofrimento. Um séquito de dúvida e de medo. Ficamos siderados pelo seu "poder", porque, muito simplesmente, estamos frágeis, estamos cá em baixo.

Um pensamento deste tipo só pode governar se houver povo para governar. Sozinho não tem muito poder. 

O problema é quando esse povo não sabe viver doutro modo. Fica aconchegadinho à dor. 
"Hmm que bom, dor. Já te conheço, és-me familiar, és a minha rainha, para o bem e para o mal."

Eventualmente, o povo irá fartar-se de tanto se empanturrar com tamanha dor. Chafurda no fosso do Inconsciente para tentar conquistar o castelo. Fica obstipado e aquilo tem de sair por algum lado. Pode durar algum tempito. Algumas escaramuças angustiantes pelo meio, algumas tentativas de depor o poder opressor que reage sem clemência, alguns ataques de pânico e dissociações.

No fim, dá-se a Grande Revolução. Por incrível que pareça, poderá haver ajuda espiritual. Camadas de raiva e de pura fúria irão escorrer por dentro e fora do corpo. Algumas cabeças irão rolar (no bom sentido). Aquilo que foi recalcado durante tanto tempo tem de vir cá para fora, regurgitado. O povo está a subir de frequência, a reclamar consciência. Melhor do que o Medo e a Apatia. O pensamento parasita, que não passa de um mercenário enviado por Id, o Primitivo, ainda irá estrebuchar para tentar manter-se no trono, mas os dados já foram lançados, alea jacta est*.

* um apontamentozinho de Latim para tornar o texto mais trabalhado, mais verosímil.


segunda-feira, outubro 16, 2017

Incêndios

Um país em cinzas.

Cabeças em cinzas.

Está tudo como há-de ir basicamente.
Que venha a put@ da chuva.

Nunca vi nada assim.



sábado, outubro 14, 2017

Iluminação

Okamoto-Kiichi
























Li algures que atingimos a Iluminação 500 vezes por dia. Se não pensarmos durante 1 segundo, somos o "Buda de 1 segundo". Se não pensarmos durante 2 segundos, somos o "Buda de 2 segundos." Etc.

Quando comemos, devemos comer apenas. Quando bebemos, devemos beber apenas. Quando estamos com a pessoa de quem gostamos (amigo(a), amante, consorte, homem do fraque, picheleiro, etc), devemos apenas estar com essa pessoa.

A Iluminação não é nada de especial. Basta deixar-nos ir, levar, fluir.

Mas será que quero? ("quero", um verbo muito pouco iluminado)
Ou será que, no fundo, desejo continuar a ser o Louco dos Olhos Esmeralda* do costume?



* O meu Ego a funcionar na plenitude. Um modesto "gaba-te cesta".


quinta-feira, outubro 12, 2017

Adoro a Lily






Libido


"Still here, boss. Hey down here."
"...Have we met before? Oh wait, it's you. I remember you. How are you, buddy? Awrite then. Let's do this."


Exemplo de um texto muito pouco "iluminado".
Sim, eu e ela (libido) falamos sempre em inglês. É detestável, mas é uma cena nossa. Muito lixo televisivo na adolescência.
Às vezes - às vezes - adoro o meu ego. Outras, nem tanto. Como quase toda a gente.

Parabéns, senhor Freud
Mas também, parabéns senhor Jung. 
Tiro o meu chapéu aos dois.
Apenas o chapéu.



quarta-feira, outubro 11, 2017

Balanço

Como uma ligadura de gesso
o tempo enrolou-se à volta das
minhas pernas,
nada vejo à minha volta
ou parece que tudo desapareceu.


Diz Jannah.


Deixei de ver demónios e walkers, anjos e santos decepados, para cair e ver a realidade à minha volta. Mudei as lentes da percepção. A coisa é muito mais assustadora.

O Despertar já foi há algum tempo. Enraizo. Aceitar, integrar, digerir. Todos os dias - todos - olho para Ele de frente. Faz parte da minha natureza. Ele mostra-me as cartas antes do jogo começar, põe-me no devido lugar. Jogamos todos os dias. Um jogo eterno, uma valsa divina. Deixa rolar o meu medo como um pai muito paternal, muito paciente.

Tal e qual o pai dele. Tira-me mais uma lasquinha da cruz que é mesmo à minha medida. Sou um cedro, um carvalho. Não. Desta vez, o meu aparelho incorpora um búfalo que enfrenta a tempestade de frente. Sincronicidades "a toda a hora" (não, não procuro capicuas feito um tolinho), dores no peitaço, extrema fadiga mental e física, zumbidos, suores q.b., bzzzzztt, saio e entro da matrix, kundalini entalada na garganta, hemisfério esquerdo a estalar, etc. Isto é uma festa. "Never a dull moment". Creio que alguns de vocês sabem do que estou a falar. Se não sabem, não queiram saber. Se quiserem, enviem email.

O meu bebé brinca com as minhas lágrimas, puxa-me as orelhas e sorri. A minha mulher torna-se na mãe dos dois. Uma lutadora, um pilar a sustentar um pilar cheio de fendas.

Sou grato.

Dois lightworkers trabalham para a minha evolução.

Sou grato.

Uma velha/nova amiga de várias encarnações apareceu-me no local menos provável. Ela sabe-o. Mais uma lutadora com as suas lutas. Mesma tribo.

Sou grato.

On second thought
I think I'm more crazy
than my goat.

Remedios Varo
Leonora Carrington

segunda-feira, outubro 09, 2017

Cadeira branca

Há pessoas que gostavam de ser "mosquinhas". Uma coisa um pouco nojenta e pouco original.

No meu caso, confesso que gostaria de ser uma determinada cadeira branca do Ikea.

Frequentei Eton, sei boxe, pratico hipismo, bebo chá com leite, só fumo Captain Black, gosto de saborear JM 30 anos enquanto contemplo as incríveis noites de lua cheia. Sou um gentleman, um cavalheiro.

Mas até um gentleman tem direito a alguns fetiches e o fetiche/bizarria desta semana é: desejo ser uma determinada cadeira branca para sentir o doce toque da lycra.

Ah, já vos disse que sou um gentleman, não já? Um lobo disfarçado de gentleman.

quinta-feira, outubro 05, 2017


The Dark Night Of The Soul

Inspirado, naturalmente, na obra do místico João da Cruz. Apenas postei este link porque gostei da paisagem e das tatuagens do senhor. Ah!

Alguns de vós já estão familiarizados com o processo, mas espero que este depoimento informal (não acredito em gurus) vos ajude de alguma forma.

terça-feira, outubro 03, 2017

Mantra

E SE  ______________?
E SE  ______________?
E SE  ______________?
E SE  ______________?
E SE  ______________?
E SE  ______________?
E SE  ______________?
E SE  ______________?
E SE  ______________?

Ad nauseam.

Tudo está bem. Eu sei.
E basta.

Leonora Carrington com Max Ernst, 1937


segunda-feira, outubro 02, 2017

Grávidas

Devia haver hoje um congresso de grávidas na praia. São às dezenas, estão por todo o lado, são de todas as cores e feitios. Fazem ar de poucos amigos quando me devolvem o olhar como se fosse um intruso ou, pior, um violador. Apesar de tudo, sinto-me bem no meio delas, estou protegido por deusas de fertilidade. A presidente do congresso deve ter uns setenta anos e é a única que sorri para mim. A sabedoria e a velhice. A barriga dela parece uma bossa de dromedário do tempo do Antigo Egipto. Uma delas tem o cabelo pintado de azul e traz a tatuagem do símbolo da vida na barriga. Sai do meio do grupo e vem na minha direcção:
"Tem lumes", pergunta.
Aceno com a cabeça e acendo-lhe o cigarro.
"Há muita praia. Porque é que ainda está aqui?"
"Não posso estar aqui?", pergunto-lhe em tom de desafio.
"Você sente que pode estar aqui? Sente-se bem?"
Dispara suavemente uma linha de fumo para o meio dos meus olhos. Sorri, trocista.
Os meus guias sussuram-me ao ouvido para abandonar a praia e para não olhar para trás.

Acordo e vejo um tapete de azul à minha frente. Tento imitar o sorriso da grávida de cabelo azul, mas não consigo. Olho à minha volta. A praia está deserta.

domingo, outubro 01, 2017



Gostava de fazer coisas com esta música.