Hoje de manhã, um amigo de Andrómeda, ex-organista de igreja, do tempo em que eu ia à missa, senta-se à minha mesa e faz conversa. Começa a falar sobre a mudança de instalações, do espaço maior da sua nova drogaria, de materiais de construção, de botas de biqueira de aço, fiquei a saber que os martelos-pneumáticos da Bricot não valem nada, chinesices, diz ele, e por fim convida-me para a grande inauguração com direito a vinho e sandes de leitão. O gigantesco smartphone do meu amigo toca, ele sai à pressa, despede-se com o polegar para cima. Pago-lhe o café. Uma ninharia comparado com a humanidade e o know-how que ele me deu. Aperto o meu fato espacial e regresso ao meu cárcere doméstico.