terça-feira, junho 05, 2012

Secreções Anima e Animus

PROGRAMA DA EXPOSIÇÃO "SECREÇÕES ANIMA & ANIMUS"


01 Julho a 31 Agosto 2012

A exposição temporária "Secreções Anima & Animus" de Leon Closset estará patente no Museu de Serralves e irá reunir uma ampla selecção de trabalhos do premiado artista plástico (Antuérpia, 1965) acompanhada por quatro performances de Closset nas duas primeiras noites de lua cheia de cada mês (vide Calendário Lunar).

A exuberância cromática dos trabalhos é produto "directo" do seu enredo onírico. Ao longo dos anos, Closset adensou a sua obra, fruto de um rigoroso método de trabalho que tem vindo a aperfeiçoar na última década. Estas manifestações não só têm servido de inspiração para outros artistas visuais, como também constituem objecto de estudo para neurologistas, psicólogos e psiquiatras, dado o perfil extremamente invulgar (talvez único) da obra. Esta exposição é a primeira oportunidade para o público português se confrontar com algumas das criações produzidas pelo artista belga nos últimos anos.

As obras estarão compartimentadas em cubículos de acrílico de 3x2x2 m. Serão colocadas pequenas amostras à frente de cada cubículo que poderão ser experimentadas pelo público. Trata-se de secreções libertadas pelos canais auditivos do artista durante o sono, resultado "físico" do seu repositório de memórias e pulsões reprimidas, veiculadas em sonhos mais ou menos complexos que se materializam em secreções que estarão organizadas por cor, textura/viscosidade e quantidade. Segundo o próprio autor, uma suas das mais famosas secreções, "Maré Negra", foi produzida aquando do último derrame no Golfo em 2010. Closset ficou "extremamente abalado" pelas imagens do desastre ecológico que viu na televisão e acordou nos dias que se seguiram quase imerso numa massa pastosa negra semelhante a crude que quase lhe custou a vida.

É conhecido o seu método de privação de sono que provoca manifestações de cerúmen de um variado espectro cromático e de curiosas texturas. "Flamingo" é uma extraordinária série com alto índice de viscosidade e densidade, de cores intensas (vermelho, rosa) produzida durante o período em que Closset viveu em Paris.