sexta-feira, março 19, 2010
O ataque
O capitão chamou de imediato os seus homens e disse-lhes para não mexerem uma palha. Os homens pousaram as medas saqueadas que traziam à cabeça. Sentaram-se no chão vermelho, começaram a bater palmas e a gargalharem como gárgulas engaioladas. Foi tudo muito rápido, para não dizer célere. O alcaide interino sabia-se cercado e não deu tempo ao capitão para agir como um conquistador standard que arromba, saqueia, viola e destrói. A mansão era grandiosa e foi construída com pequenos blocos azuis e amarelos que encaixavam entre si e dó, tal como um puzzle. O capitão não consegue dar com a porta. Os homens contorcem-se. Os prisioneiros fogem. Alguns homens fogem com os prisioneiros de mão dada. Eis então que o alcaiade interino aparece na balaustrada banhada pelo sol. Traz o queixo de bócio perfeitamente virado para o capitão e deseja entregar-lhe a sua magnífica espada. O capitão não aceita a arma do inimigo e começa a andar em círculos, a abanar a cabeça para cima e para baixo como se fosse um pombo com cio.