segunda-feira, dezembro 28, 2009

O morto e o corcel

Um homem cansado de estar morto ressuscitou ao terceiro dia conforme as escrituras e decidiu visitar o parque de diversões que ficava ao lado do cemitério. Quando chegou, sentiu um irreprimível desejo de comer algodão doce. O homem lembrou-se que era diabético, mas como já tinha morrido, achou que não deveria haver grande problema. Levou as mãos aos bolsos e nem...um cêntimo! Regressou ao cemitério e vasculhou cada canto e arrumo do seu caixão em pau preto com mezzanine. Encontrou uma barra de sabão cor-de-rosa, um guarda-chuva partido e o cheque em branco que a sua querida mulher deixara sobre a sua testa. Guardou o cheque no bolso de dentro da casaca e quando já estava com um pé fora da cova, viu um belo corcel a pastar junto da sua campa. Montou e apeou-se várias vezes para ver se o corcel lhe servia e decidiu ficar com ele. A galope!
Comprou algodão doce para os dois e passou o cheque em nome do senhor Barbe-à-Papa. Assim que terminou, deu umas palmadas de satisfação no dorso do corcel. De repente, ficou muito pálido e apercebeu-se que tinha cometido um erro terrível.