Os peregrinos de Jasna Góra não se abordavam senão para falar dos quartos com ar condicionado e das réplicas da virgem negra que tinham comprado "em conta" na dia anterior. Apesar do cansaço, os rostos das mulheres eram rosados e delicados. Os homens pareciam lenhadores, muito pouco prazenteiros, se assim se pode dizer. Vinham de todas as direcções, pareciam intermináveis carreiros de formigas. Andavam sempre com muita pressa, todos queriam ir para algum lado. Alguém que viesse na direcção contrária e quisesse passar por outro alguém, ora desviava-se para a esquerda, ora desviava-se para a direita, e o seu par do momento, homem ou mulher, arremedava o mesmo movimento. Centenas, milhares de peregrinos-dançarinos realizavam os mesmos passos, todo o dia. Às vezes, o mesmo par executava esta dança horas a fio e então o santuário transformava-se num enorme salão de baile ao ar livre.