terça-feira, março 10, 2009

Síndrome de Estocolmo


Jean-Michel Folon

O meu dedo cheira mal.
As cascatas de versos fétidos que segui
com a ponta vermelha do indicador.
A verdadeira questão aqui e ali
não é a honestidade do poeta-oráculo
que acabei de cheirar, vejamos:
os gregos deram-me a

escolher entre
ser refém de alguém, ter medo
para depois criar laços e entre
ler e roubar cânones, água tépida
que não aquece nem arrefece.
Tenho algum tempo
para emendar erros,
afinal a vaidade constrói-se
com baldes de trabalho, contrabando,
paixões capitosas, observar o
outra poeta a observar, a fazer
reféns.