terça-feira, março 04, 2008

mulheres sem sombra





sou retocável e
às vezes mulher
às vezes pavão
às vezes um torso de
Matisse
às vezes pega cubana
às vezes crisálida
um dia hei-de
reconhecer-me

borboleta do nada
sob calor de julho

o tempo é um homem
que me mendiga e
fecha a porta
na minha cara
devagar