Basquiat
(...)
Diz um: eu sou o sábio de domingo.
Agora não me ocupo de dias úteis, de remendos d'alma,
De fragilidades.
Esperem por mim mas só depois
Da missa.
Diz outro: a ética é grega de nascença
Movemo-nos por números, já sentenciava Pitágoras.
Não cunhamos moeda, não sujamos as mãos
Nos improvisados remos do naufrágio.
O nosso destino é perguntar.
Parece que deus quis que não nascesse a obra.
Nascer que nasça o sol
E é bastante.
Quem pergunta ao sonho pelo homem
De serviço? (...)
Armando Silva Carvalho