sábado, fevereiro 22, 2020

North by Northwest (1959)







I know. I look vaguely familiar.
Yes.
You feel you've seen me|somewhere before.
I have that effect on people.|It's something about my face.
It's a nice face.
- You think so?|- I wouldn't say it if I didn't.
Oh, you're that type.
What type?
Honest.
Not really.
Good. Because honest women|frighten me.
Why?
Somehow they seem to put me|at a disadvantage.
- Because you're not honest with them?|- Exactly.
Like that business about|the seven parking tickets?
What I mean is,|the moment I meet an attractive woman...
...I have to start pretending I've no desire|to make love to her.
What makes you think|you have to conceal it?
She might find the idea objectionable.
Then again, she might not.
Think how lucky I am|to have been seated here.
Luck had nothing to do with it.
Fate?
I tipped the steward $5 to seat you here|if you should come in.
Is that a proposition?
I never discuss love on an empty stomach.
You've already eaten.
But you haven't.
Don't you think it's time|we were introduced?
I'm Eve Kendall. I'm 26 and unmarried.
Now you know everything.
What do you do besides lure men|to their doom on the 20th Century Limited?
I'm an industrial designer.
Jack Phillips.
Western sales manager|for Kingby Electronics.
No, you're not. You're Roger Thornhill...
...of Madison Avenue...
...and you're wanted for murder|on every front page in America.
Don't be so modest.
Don't worry.
- I won't say a word.|- How come?
I told you.
It's a nice face.
Is that the only reason?
It's going to be a long night.
True.
I don't particularly like the book|I've started.
You know what I mean?
Let me think.
I know exactly what you mean.
That's my trademark. R.O.T.
Roger O. Thornhill.|What does the "O" stand for?
Nothing.

quarta-feira, fevereiro 19, 2020

Sombra

Pisei hoje na sombra de alguém. Senti-me estranho e recuei uns passos no momento a seguir. Não sei porque o fiz; pisar a sombra de alguém é algo que acontece a todos nós, todos os dias, sem darmos conta. No Tahiti, se pisarmos na sombra de alguém importante (como um chefe ou um homem sagrado) somos punidos ou amaldiçoados. No livro de Chamisso, Peter Schlemihl vende a sua sombra ao diabo em troca de uma bolsa que é uma inesgotável fonte de ouro. Arrepende-se amargamente (o arrependimento tem sempre um sabor amargo), porque quando as outras pessoas vêem que Schlemihl não tem sombra, fogem, assustam-se, dizem que é o próprio diabo, etc.
Num campo mais esotérico, será legítimo pensar que a sombra é o contrário escuro da nossa aura, ou até da nossa alma? Não creio, até porque nem sequer vivem na mesma dimensão.
A sombra deveria ser uma unidade de medida  para não invadirmos o espaço do outro. Uma medida louca que nunca poderia resultar nas cidades. Funcionaria apenas em locais com pouca gente, em dias soalheiros, obviamente (parece que, em dias cinzentos, a própria sombra recolhe-se para dentro de nós). Excepto quando o outro consente, claro. Uma vez que não podemos pisar a nossa sombra, entrar na sombra do outro deveria ser considerado um convite bastante especial:
"Aproxima-te, convido-te a estares sobre a minha sombra, vamos conversar um pouco agora".

terça-feira, fevereiro 04, 2020

O Panda "Corona"

Um andarilho puxa um velho
(um cidadão sénior como dizem nos EUA)
a gravidade reclama as sacas do Pingo Doce
em cada mão
ele interrompe a marcha
como que a farejar o perigo
o lote de canaviais, plumas e televisores
esconde um perigo real:

o panda "corona" salta
e com uma patada
atira o velho para o meio da estrada

a mulher dentro do stand de vendas
(um contentor com A/C)
continua a falar ao telemóvel
como se nada tivesse passado

ninguém viu ninguém vê
o velho prostrado no meio da estrada
excepto eu e a minha cabeça