Sentei-me no meu banco do jardim favorito. As três árvores que estavam atrás de mim deixaram de falar. Interrompi-lhes a conversa. Fecho os olhos (não consigo fechar os ouvidos e seria ridículo tapar as orelhas). Cruzo os braços, uma motorizada desce a rua aos tropeções. O silêncio aproxima-se devagar. Não está ninguém no jardim àquela hora. Começo a escutar os primeiros murmúrios feitos pelas folhas. É quase sempre assim.
"Costas direitas" diz a mais entroncada, um velho carvalho.
"Como nós", acrescenta a bétula.
"Pés como raízes até tocares nas nossas raízes".
"Deixa cair as folhas secas".
Vejo clarões verdes com os olhos ainda fechados. Fico assim durante algum tempo.
Quando me levanto, olho para elas.
À medida que me afasto, retomam a conversa que estavam a ter antes de eu chegar. Uma conversa naturalmente séria, em tom grave, fora do meu alcance.
"Costas direitas" diz a mais entroncada, um velho carvalho.
"Como nós", acrescenta a bétula.
"Pés como raízes até tocares nas nossas raízes".
"Deixa cair as folhas secas".
Vejo clarões verdes com os olhos ainda fechados. Fico assim durante algum tempo.
Quando me levanto, olho para elas.
À medida que me afasto, retomam a conversa que estavam a ter antes de eu chegar. Uma conversa naturalmente séria, em tom grave, fora do meu alcance.