domingo, junho 26, 2016

Kiss "Strutter"



Li algures que o Paul Stanley (o vox dos Kiss) estava a atravessar uma depressão quando escreveu a letra para este tema. "Strutter" não é sobre nenhuma mulher em particular (aliás, os Kiss, nesta matéria, faziam corar de vergonha os Led Zep, etc.); é sim a mais improvável metáfora sobre a sua própria depressão e foi uma forma que o homem encontrou para exorcizar a maleita psi da moina.*
E sim, é um (not-so) guilty pleasure, adoro os Kiss.

She wears her satins like a lady
She gets her way just like a child
You take her home and she says "Maybe, baby"
She takes you down and drives you wild


 *não, não senhor; este blogue não se irá transformar numa blogue de crítica musical.


sexta-feira, junho 24, 2016

Pequeno e inofensivo apontamento de pura crónica política

Não quero tirar o lugar ao Pacheco Pereira, mas acho que o Reino Unido já abandonou há muito tempo o barco chamado "U.E.". Por outro lado, uma nação que "anda" à base de fish & chips merece ser ostracizada.
Os gajos das ilhas são tramados, vêem-se rodeados de mar por todos os lados e querem logo ser independentes de tudo e de todos. Não se esqueçam do nosso saudoso Alberto João.

sábado, junho 18, 2016

Luther Allison, "The Little Red Rooster"




"Little Red Rooster", um blues-hino à perda da virilidade.
Ou então, talvez não seja mais do que a história de um galo muito preguiçoso.

domingo, junho 12, 2016

ATM

Ilustração de Rui Ricardo
























O MOÇO deixa-se cair pesadamente no único lugar livre e dá um longo suspiro para que os outros dois sentissem um pouquinho a sua dor. Aquele corredor era um desfile de voluntárias, auxiliares, administrativas, enfermeiros e enfermeiras, médicos e médicas. Um dos homens que estava sentado à espera de consulta de urgência acena-lhe com a cabeça como se o conhecesse e continua a conversa.

Tinha dito à minha catraia que queria ir ver os primeiros raios do sol do ano, sabe como são as mulheres, queria impressioná-la, ano novo, vida nova, não queria meter a pata na poça como fiz com as outras…ela ficou toda contente, vestiu-se à pressa, já estava com as cuequinhas novas do ano novo, as gajas são muito supersticiosas, que sonho, meu Deus, você não está bem a ver a minha catraia, um docinho. Vai daí, saímos pela garagem privada. Estes gajos dos motéis pensam em tudo. Metemo-nos no jipe e fomos até à serra de Santa Justa. Já lá foi? Tem umas vistas do Porto ao longe…É muito bonito, muito verde, aqueles ares, aquela natureza…bom, meti-me pelo corta-fogo, ala por ali acima, 145 cavalinhos a puxarem forte e feio, conheço o monte como a palma da minha mão. Mas não é que quando chego a meio, o caralh…o caraças do motor começa aos soluços e a deitar fumo por tudo quanto é lado? Saí, tava um frio de rachar, abri o capô. Que fumarada, meu Deus, e vou a ver, era a junta da colaça que tava toda queimada. Falta de água. Como é que é possível. E eu, ah put… pulha que pariu que não tenho sorte nenhuma. E a catraia dentro do carro a olhar para mim, como que a pensar, como é que fui-me meter com este tonhó. Você está a ver a minha vida? Pior ainda, qual era o reboque que me vinha buscar o jipe na madrugada do Ano Novo, ali no meio do monte?…

Texto na íntegra aqui.
 

quinta-feira, junho 09, 2016

Nosefulness

a fazer meditação
a contemplar a vela acesa
à minha frente,
conto a respiração,
fecho suavemente os olhos.
atenção plena no topo da cabeça
atenção plena na nuca
atenção plena nas têmporas
atenção plena nos olhos
atenção plena no nariz
demasiada atenção plena
no nariz
comichão no nariz
aceito e extraio catotas secas
e atiro-as
para a vela
que arde agora
com mais força.
Não importa.
Tudo o que importa
está no Agora.*


*Um poema bastante imbecil. O Budismo é a única religião-filosofia-prática que respeito. Que eu saiba, nunca ninguém matou ou foi morto em seu nome.

terça-feira, junho 07, 2016

Maus e estranhos pensamentos

Ultimamente, tenho tido maus e estranhos pensamentos que não sei de onde vêm. E o pior de tudo é que não consigo vertê-los para o papel. Macacos, chimpanzés e babuínos sob efeito de speed a lutarem entre si dentro da minha mente (não, já não fumo nada há alguns anitos). Sinto-me como um adolescente que não consegue escrever o seu diário.

Este foi o post mais honesto (e talvez o mais desinteressante) que alguma vez escrevi.

Daqui a uma semana vou rir-me disto tudo e escrever as besteiras e imposturices do costume.