Porco-preto -21/12
a 19/01 (corresponde ao mês Nivoso para aqueles que regem o tempo segundo o
calendário da revolução francesa)
É o primeiro signo do Xoodíaco e não é governado por nenhum
planeta, pois é completamente ingovernável. A sua cor é o preto ou preto com
algumas manchas brancas aqui e ali. Alimenta-se exclusivamente de carne de
porco quando está apaixonado(a). Consegue farejar e detectar sentimentos nobres
naqueles que o rodeiam, mesmo quando estes não passam de uns grandes bastardos
aos olhos dos outros.
Não conseguem expressar os seus sentimentos e metem os pés
pelas mãos e as mãos pela pélvis. Quando conquista a pessoa armada, o nativo
deste signo torna-se cronicamente ciumento e possessivo, não partilha o ente
querido com ninguém. No entanto, sabe ser muito encantador e com o tempo
aprende a ouvir as necessidades do seu amado, mesmo quando a cara-metade se
encontra na outra ponta da casa. O nativo do sexo masculino do último decanato
não tem maneiras à mesa e devora quase tudo o que lhe põe à frente. Não aguarda
até que mais de metade da mesa seja bobonicamente servida, pois é tão sôfrego
como uma retroescavadora. A mulher é mais requintada, podendo ser muito
sensual, gosta de usar decotes (o)usados e até poderá lamber os dedos do
acompanhante num jantar mais íntimo. Tem tendência para a obesidade e,
normalmente, tem uma ninhada de leitoezinhos.
Quando a vida lhes corre de feição, são muito generosos e
gostam de organizar festas e conviver com os amigos dos seus amigos. Regra
geral, não têm muito bom gosto na decoração da casa e qualquer pardieiro lhes
serve. Todos os seus bibelôs e cacos guardam sempre uma história “engraçada”
(pelo menos, para eles).
Não gostam de ler nem são grandes melómanos. Questionam a
qualidade de uma obra de arte contemporânea quando mais ninguém tem coragem
para o fazer. Têm muito jeito para os negócios e são muito empreendedores. Empreendem
suiniculturas ou matadouros, equipando-os com a mais recente tecnologia e não
olham às meias para contratar mão-de-obra altamente qualificada. Desprezam
imperialmente vegetarianos.
O Porco-Preto sabe desligar-se da realidade como ninguém.
Nesses momentos de aparente introspecção, nada existe, nem mesmo se sussurrarem
ao ouvido as lindas histórias da Condessa de Ségur ou do Leopold von Sacher-Masoch.