sexta-feira, dezembro 23, 2011

Série Xoodíaco - Porco-preto


Porco-preto  -21/12 a 19/01 (corresponde ao mês Nivoso para aqueles que regem o tempo segundo o calendário da revolução francesa)


É o primeiro signo do Xoodíaco e não é governado por nenhum planeta, pois é completamente ingovernável. A sua cor é o preto ou preto com algumas manchas brancas aqui e ali. Alimenta-se exclusivamente de carne de porco quando está apaixonado(a). Consegue farejar e detectar sentimentos nobres naqueles que o rodeiam, mesmo quando estes não passam de uns grandes bastardos aos olhos dos outros.

Não conseguem expressar os seus sentimentos e metem os pés pelas mãos e as mãos pela pélvis. Quando conquista a pessoa armada, o nativo deste signo torna-se cronicamente ciumento e possessivo, não partilha o ente querido com ninguém. No entanto, sabe ser muito encantador e com o tempo aprende a ouvir as necessidades do seu amado, mesmo quando a cara-metade se encontra na outra ponta da casa. O nativo do sexo masculino do último decanato não tem maneiras à mesa e devora quase tudo o que lhe põe à frente. Não aguarda até que mais de metade da mesa seja bobonicamente servida, pois é tão sôfrego como uma retroescavadora. A mulher é mais requintada, podendo ser muito sensual, gosta de usar decotes (o)usados e até poderá lamber os dedos do acompanhante num jantar mais íntimo. Tem tendência para a obesidade e, normalmente, tem uma ninhada de leitoezinhos.

Quando a vida lhes corre de feição, são muito generosos e gostam de organizar festas e conviver com os amigos dos seus amigos. Regra geral, não têm muito bom gosto na decoração da casa e qualquer pardieiro lhes serve. Todos os seus bibelôs e cacos guardam sempre uma história “engraçada” (pelo menos, para eles).

Não gostam de ler nem são grandes melómanos. Questionam a qualidade de uma obra de arte contemporânea quando mais ninguém tem coragem para o fazer. Têm muito jeito para os negócios e são muito empreendedores. Empreendem suiniculturas ou matadouros, equipando-os com a mais recente tecnologia e não olham às meias para contratar mão-de-obra altamente qualificada. Desprezam imperialmente vegetarianos.

O Porco-Preto sabe desligar-se da realidade como ninguém. Nesses momentos de aparente introspecção, nada existe, nem mesmo se sussurrarem ao ouvido as lindas histórias da Condessa de Ségur ou do Leopold von Sacher-Masoch.

Por mais que tentem, não conseguem contrair doenças do foro psíquico, nem compreendem a existência de psis. Quando desejam relaxar, apreciam particularmente o assobio de uma chaleira a ferver ou refugiam-se no campo para escutar o terno rachar dos lenhadores.