sexta-feira, abril 08, 2011

A Verdade Profana


O Cisma do Extremo Ocidente

As preces do poderoso lobby dos emigrantes no Luxemburgo foram ouvidas. O Colégio dos Cardeais elegera finalmente um papa português. O povo rejubilou de alegria e o governo decretou três dias de festejos. Por quem os sinos dobram? Pelo novo papa que é português. Até a sineta da mais pequena capela reboou até estalar a última orelha do último aldeão. Até a Sininho de Pedro Pah tilintou de felicidade, embora ninguém conseguisse escutá-la, nem mesmo Pedro Pah, pois já contava com uma idade avançada. Mas logo a alegria se transformou em tristeza, de imediato os sorrisos se converteram em lágrimas como se os olhos das pessoas tivessem sido espremidos em espremedores de citrinos. O recém-eleito papa, Gregório XXX, tinha um irmão gémeo que também era ministro de Deus, o qual, furioso com o orgulho e a ingratidão do seu irmão de Roma, se auto-proclamou anti-papa do alto da torre da sua igreja matriz. Fragmentino I obteve o apoio importante dos leigos em part-time e dos catequistas a recibos verdes, prometendo-lhes contratos a termo e descontos para a caixa. O mundo católico dividiu-se, a unidade cristã foi quebrada. Passaram cinquenta anos sem que nada assim de relevante tivesse acontecido. Por fim, os dois irmãos papas chegaram a acordo naquele que ficou conhecido como o Concílio dos Papas de Sarrabulho.
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"A Verdade Profana", Guisa Cruel Milho