Selawsky não era um homem muito palatável, mas ainda assim conseguiu reunir vários amigos no seu aniversário.
- Daria tudo para não ser como tu, Selawsky - disse Ymmij enquanto lambia a colher do seu cappucino.
Selwasky levantou-se e estaladou Ymmij. O lábio inferior do turco começou a tremer, mas conseguiu conter lágrimas.
- Daria tudo para não cheirar como tu, Selawsky - disse Constantino o Bravo, amigo de infância do nosso aniversariante.
Selwasky aproximou-se de Constantino o Bravo e esbofeteou-o. Constantino começou a tremer, mas também não chorou.
- Daria tudo para não bater como tu, Selwaskov, bates como uma menina - disse o russo a que todos chamavam de Deus-filho.
Selwasky arrastou a cadeira para junto de Deus-filho e bateu-lhe na moleirinha. Deus-filho riu-se e ofereceu-lhe a outra moleirinha.
- Daria tudo para não viver no antro em que tu vives Selawsky - disse-lhe Jewel, ex-namorada e a única mulher presente no evento.
Desta vez, o parabenizante não ergueu um dedo, mas apontou com o indicador e o anelar para o peito de Jewel que desatou a chorar. Jewel era muito sensível no que toca a/quando se toca* no seu peito .
Um manto de silêncio sepulcral abateu-se sobre a sala, interrompido aqui e ali pelo som agnóstico de uma retro-escavadora que vinha do fundo da rua.
Subitamente, Selwasky bateu palmas duas vezes e todos os que se encontravam na sala se transformaram em Selwasky's. Depois todos lhe cantaram os Parabéns a uma só voz e tudo acabou bem.
*riscar o que não interessa.