sexta-feira, outubro 10, 2025

Noir

Ao que parece tenho dois Napoleões na família e não sabia.

Um é silencioso, astuto, estratega, acha-se muito perspicaz, ardiloso. Não falo com ele há anos, nem me apetece tampouco.

O outro tem o mesmo tamanho do Napoleão original, o corso. Tinha-o em boa conta até há bem pouco tempo, mas dados os últimos acontecimentos no seio da minha família, revelou-se ser pior do que o primeiro: mostrou ser um verdadeiro "sacaninha" manipulador. 

Os dois irmãos Napoleões não falaram entre si durante anos a fio. A mulher que os pôs ao mundo ficou doente e foi preciso chamá-los à razão para reatarem, para começarem a falar um com o outro, para começarem a serem parte activa nos cuidados da progenitora.

Mal nós sabíamos que esta união inesperada iria causar mossa, tristeza, frustração, indignação, revolta.

E porquê? Dinheiro. Sempre o dinheiro

Mais uma vez os pormenores não interessam.

No fundo, os três, mãe e filhos, vieram a este mundo para tentar consertar a respectiva relação, para  encontrar harmonia entre os três. O que eu não contava era que este "duo dinâmico" fosse a causar tantos estilhaços para este lado da família que sempre cuidou essa mulher de forma amorosa e desinteressada.

Confusos? Eu também.

Parece que às vezes estou a viver um daqueles filmes "Noir" dos anos 50, com actores sofríveis de 2ª linha, cheio de tramas complexos e "anti-heróis". 

O que eu queria mesmo era uma bela "femme fatale" que varresse estes dois Napoleões fajutos para fora de cena.