Tendo como mote um dos poemas do polaco Zbigniew Herbert, desejava também eu compreender a fundo:
- a Consciência divina
- a natureza do Medo
- as horas vazias e não produtivas do Rolando Toro
- o que Catarina de Bragança fazia para seduzir Carlos II
- a minha cabeça em dias pares
- a técnica de P. P. Rubens
- a escrita de B. Hrabal
- o Amor Incondicional
- a força e a paciência dos mestres construtores de catedrais
- o que é Real e o que não é Real
- identificar todas as árvores do mundo pelas suas folhas
- a patafisica do Alfred Jarry
- como limpar o meu inconsciente*
- mais cenas que não me lembro agora (...)
*Este meu icebergue inconsciente é grande e pode assumir manchas muito cinzentas em dias pares (em dias ímpares, vivo numa espécie de clímax existencial, pareço um beato de olhos verdes que seduz as meninas mais bonitas num raio de 10 km). No dia como o de hoje, o passado vem ao de cima e morsas pesadas e lentas banham-se ao sol na parte exposta desse meu icebergue enquanto digerem o peixe que devoraram. Já viram bem o aspecto de uma morsa? São gordas & feias, lamento. Os machos podem ser muito agressivos quando estão com o cio (tais como os elefantes-marinhos que são ainda mais feios) e muitas vezes lutam entre si para conseguir um lugar ao sol. Literalmente.
Mas são necessárias estas morsas, obrigam-me a olhar para elas, trazem à tona ilusões e medos para serem expostos ao sol frio de inverno.
Em vez de tentar decifrar o que quero dizer com este texto patafísico, ouçam o tema incrível e absurdo dos Beatles "I am the Walrus" (Eu sou a morsa).
Com a variante que, ao contrário de Lenon, não precisei de LSD para escrever este texto. Foi uma morsa que me sussurrou ao ouvido.
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